
O Grupo de Pesquisa em Mídia, Política e Democracia (Midiáticus), apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (FAPEMAT), vem desenvolvendo, desde 2023, o projeto de pesquisa “Comunicação Populista, Neoconservadorismo e Desinformação em Contextos Eleitorais Subnacionais”. Liderado pelo professor Bruno Araújo, o projeto visa analisar a comunicação de lideranças da direita nas redes sociais, com foco especial no contexto eleitoral de Mato Grosso durante as eleições gerais de 2022.
O projeto vai além do viés puramente político do fenômeno populista, tratando-o como um fenômeno comunicacional e midiático que merece ser estudado para uma melhor compreensão das transformações da esfera política e da crise da democracia. A iniciativa busca compreender desde a forma como o jornalismo aborda temas relacionados às lideranças populistas até as estratégias de campanha adotadas nas redes sociais para manter o interesse do público e captar apoio político.
Um dos eixos de ação do projeto é contribuir para a formação cívica dos cidadãos, por meio da realização de oficinas de letramento midiático em escolas da rede básica de ensino. O objetivo é oferecer competências para combater a desinformação. Em uma dessas oficinas, realizada na Escola Estadual Dunga Rodrigues, em novembro do ano passado, os estudantes tiveram a oportunidade de explorar estratégias para lidar com as fake news e compreender como o fenômeno impacta suas vidas e a sociedade em geral.
O professor Bruno Araújo ressaltou a importância da iniciativa, que integra as dimensões de ensino, pesquisa e extensão. Ele destacou que o objetivo da oficina não foi apenas transmitir conhecimento formal, mas estimular a construção de um saber derivado da interação entre a expertise acadêmica e as experiências dos estudantes.
“A partir das discussões que tivemos ao longo de meses, na sala de aula e na pesquisa financiada pela FAPEMAT, tivemos a oportunidade de ir até a escola levar e colher experiências. O intuito da oficina foi não só levar um conhecimento formal pronto, mas estimular a construção de um saber que nasce da relação entre o que temos a dizer e aquilo que os estudantes, a partir da sua experiência, podem pensar. Só assim podemos exercitar a cidadania, a partir do encontro crítico que faz convergir o saber construído na universidade com os saberes igualmente ricos da experiência dos alunos”, destacou Araújo.